O MELHOR DO MUNDO POSSÍVEL

A volte sorridi, a volte è più dura...

segunda-feira, agosto 27, 2007

Que saudades ...

quarta-feira, agosto 22, 2007

O Fernando, o Espanhol e os Burros

Tenho tentado evitar ao máximo escrever acerca de futebol aqui no blog, há algumas excepções mas a maioria dos temas e posts versam assuntos díspares. Talvez seja uma forma de não me saturar demasiado ou de não “bater na mesma tecla” que quase a maioria das pessoas que conheço que escrevem na blogosfera. Não sei explicar. Sei que acontece e isso chega-me.

No entanto desde que se deu como concluído a substituição do treinador Fernando Santos pelo José António Camacho no Benfica que queria escrever sobre isso. Não sobre o facto da substituição e das razões “técnico-futebolísticas” para tal. Mas por coisas mais profundas e a meu ver importantes. Isto porque até acho que o Fernando Santos necessitava (para seu bem e do clube) ser substituído. Mas já lá vamos…
Desde há uns anos para cá que a minha desilusão com o tipo pessoas que gravitam à volta do futebol das 4 linhas tem vindo a aumentar. O adepto consumidor / cliente desilude-me. Assim como a classe dirigente e a maioria da classe jornalística. Sinto-me atraiçoado por muitos jogadores que hoje beijam a minha camisola e amanhã a do clube rival, sempre com o mesmo tipo de desculpas do naipe de “ a carreira é curta” ou “sou um profissional”. Não acredito que o Simões, um Humberto Coelho ou um Vitor Paneira fossem empregados de escritório ou bate-chapas. Eram jogadores (profissionais) de futebol. E isso bastava. Hoje além dos jogadores “profissionais” tenho de aturar os “profissionais + modelos” e os “profissionais+actores” entre outras derivações. No entanto o futebol das 4 linhas ainda não me satura. Ao ponto de poder assistir num mesmo dia a 3 jogos da Premiership e a mais um da Super Taça Italiana. Overdose? Talvez. Mas é a minha.

Adiante…

Ontem assisti à entrevista do Fernando Santos na RTP N. E não me sentia assim em relação ao futebol desde que o Paulo Bento deu uma conferência de imprensa a anunciar o final da carreira em que desatou a chorar. Tive pena do Paulo Bento. Sempre foi um “profissional” que respeitei mesmo quando após a experiência espanhola escolheu o Sporting para acabar a carreira. O Fernando Santos deixou-me triste. Não com ele. Mas com o Benfica personificado no seu presidente. O Fernando Santos foi dar a cara pelo seu despedimento. O presidente do Benfica mandou “tiros para o ar” foi buscar o amigo espanhol e fez feliz milhares de parolos que com a chegada do D.Sebastião espanhol (ou do Sancho Pança como disse o Vasconcelos) acorreram a apoiar a mesma equipa que empatou no Bessa ou a mesma direcção que vendeu o Simão, deixou sair o Manel Fernandes e perdeu o Miccoli. A mesma direcção que “demitiu” o José Veiga e nomeou para a mesma posição o “presidente”. As mesmas pessoas que promovem a assistência ao treino do Benfica apenas a portadores de uma camisola que custa 60 euros. Mas os problemas do Benfica esgotam-se no Fernando Santos e nas declarações do Nuno Gomes (com uma coragem que nunca o Simão soube ter como capitão). Tudo está resolvido. Pois é Fernando e Nuno. Tenham “um bom treino para lutar contra a Canalha”. É ela que manda no Futebol das 4 linhas…

terça-feira, agosto 14, 2007

A Condecoração

sexta-feira, agosto 10, 2007

London Calling


Alguns dias depois tenho finalmente disponibilidade (física e psicológica) para voltar a escrever.
As últimas semanas têm sido alucinantes. Se em termos de trabalho as coisas não estão fáceis (raros são os dias em que o horário 9h – 18h tem sido respeitado) em termos pessoais as coisas também vão surgindo a um ritmo avassalador sem grande espaço para escritas.
Os últimos três fins-de-semana foram passados fora de casa. Há 3 semanas fui a Madrid. Aproveitei um convite de colegas da empresa e lá fui. De Madrid vi pouco. Fiquei em Ponzuelo e apenas um domingo passado a correr junto do Palácio Real e uma corrida rápida pelas artérias que levavam a Barajas (coitada da Portela…) até ao voo de regresso. Na semana seguinte o Alentejo e a minha querida Milfontes. Que saudades tinha. Um fim-de-semana de paz. Passados três dias chegou a hora de voltar a uma das minhas cidades favoritas: Londres. O pretexto era o West Ham – Roma. Mas podia ser outro qualquer. Londres tem para mim uma magia que não é perceptível às pessoas que a acham “cinzenta” ou “molhada”. Londres respira vida por todos os poros. Respira ritmo e movimento. Frenesim mesmo em tempo estival e mais propício a passeios nas ruas comerciais ou tardes no Hyde Park e afins. Londres foi a primeira grande cidade europeia que visitei (em Agosto de 1992) e não há amor como o primeiro. Parti na quinta-feira. Sozinho. Passei as horas no voo a pensar nas coisas a fazer quando chegasse à cidade. Lia o roteiro que o Patrick me tinha dado com as suas indicações infalíveis de como chegar ao Hotel (em Bayswater) com as diversas combinações (Metro, Comboio, Táxi…) e preços. Londres é cada vez mais uma cidade cara para nós. O voo correu bastante bem (ahhh, era British Airways directamente para Heathrow e com o preço fantástico de 132 Euros – graças ao Alves) mas quando aterramos começaram as primeiras dificuldades. O avião percorreu kms em terra para encontrar um cais de desembarque e as malas demoram mais de 1h a chegar. Lá se foi a vantagem de tempo que Heathrow permitia. Em Stansted ou Luton nunca esperei tanto. Após a longa espera foi encontrar o caminho para o Tube. Apanhar a Piccadilly Line, sair em Earls Court (lembro me sempre do Morrissey quando oiço este nome…) e apanhar a District Line e sair em Bayswater. Londres estava cinzenta mas estava com vida. Queensway estava igual (com a excepção da loja de desporto no início da rua que se transformou num loja de indianos ou paquistaneses) ao que me recordava dela. O caminho até ao London House Hotel foi rápido. O relógio apontava as 14h. Malas depositadas (os britânicos não dão quaisquer hipótese e check in às 14h30 é check in às 14h30…) e enquanto mandava mensagens para Portugal e para o Patrick comia o meu almoço. Um genuíno e rápido (e barato…) Chicken Premiere. De volta ao hotel arrumo as coisas no quarto (um cubículo de 2 beliches num 4º andar de um prédio sem elevador) e decido a primeira paragem: Stamford Bridge. É hora de ir visitar o Chelsea e fazer umas compras para os amigos. O destino era perto da estação de Fulham Broadway e umas curtas centenas de metros levaram-me a um estádio encurralado por casas vitorianas (a expressão casas vitorianas lembra-me sempre o Trainspotting e a casa que o Rents tentava constantemente vender) e hotéis que engolem o estádio. A loja era um universo de marketing. Felizmente havia os saldos. Umas compras, uma volta pelo exterior e de volta ao Tube. O Starbucks (para um café) e a Virgin (para um DVD do Football Factory) foram as únicas paragens. O destino agora era Moorgate na City. Ia ter com o Patrick e o Steve (um amigo dele que conheci na última vez que estive em Londres). Iam para o seu desporto favorito após o emprego. O Pub.
Caminhámos durante kms (acreditem…) para chegar ao um Pub na zona de Finsbury. Um local “old fashion” onde grupos de pessoas se iam juntando naquele ritual tão britânico do final da tarde. A Maria (conhecia-a no mesmo dia que o Steve) chegou. Mais tarde também o Kenny apareceu nas suas poucas horas de liberdade que a criança recém nascida lhe dá. Horas de conversa. O futebol dominava. O Patrick é acérrimo fan do Dundee Utd, o Steve (que está de partida para os USA) do Blackpool e a Maria dos Gunners. Conto-lhe a minha primeira partida em Inglaterra. O Arsenal vencia por 2-0 a 20 minutos do final. O Ruel Fox entra e o Norwich dá a volta ao jogo. Marca 4 golos e vence no primeiro jogo após o título do Arsenal na época anterior. Nesse mesmo ano há outra partida memorável. O Benfica de Isaías, Paneira e dos russos elimina os gunners em pleno Highbury Park. Glory days…
O tempo passa e é tempo de mudar de poiso, ou seja, de Pub. Andamos mais uns quarteirões e entramos num espaço mais moderno. Propício mais a jantar que a horas de conversa, mas no entanto tinha um segredo. O rés-do-chão tinha uma porta que saia que para um pequeno passeio junto a um dos antigos canais de Londres. Parecia Veneza (a dos postais, porque nunca lá fui). Pessoas passavam a correr, outras de bicicleta e outras a passear animais. Uma imagem espectacular a das luzes das casas a reflectir nas águas. As horas passavam e já eram 23h quando os meus amigos se lembraram que tinham fome. Mais uns quarteirões à procura de um sitio para comer. Acabou por ser um espaço de comida para fora que nos serviu bocados de galinha com batatas fritas. Comemos na rua, sentados junto à estação de metro. Comemos e um alarme disparou na estação. Decidiram fechá-la. Optamos pelo Bus. Eu desci umas paragens depois e apanhei de novo o Tube para Bayswater. Era cerca da meia-noite e os italianos já tinham aterrado em Stansted. Voltei ao hotel sem antes ser interrompido por uma holandesa que queria usar o nosso espelho já que o seu quarto estava às escuras como todos os hospedes a dormir. Achei aquilo surreal mas como foi rápida não estranhei. Banho rápido na nossa “shared toillett” e cama que o dia tinha sido cansativo. Uma hora mais tarde chegou o Marco (o Andrea tinha alojamento em casa do Gaetano). Cumprimentos e voltei a adormecer sem antes combinar a hora do acordar no dia seguinte. Cedo pois claro. Londres e os Saldos estavam à nossa espera. O dia seguinte começou cedo. Eram 9h e já estávamos a tomar o pequeno-almoço no rés-do-chão junto a dezenas de europeus e americanos que passavam as suas férias em Londres. Apanhamos o Tube para o centro e para Piccadilly onde nos aguardava o Lillywhites. Um armazém de roupa desportiva de 5 andares mesmo no centro da praça. Imaginem isto com saldos de 50 e 70% de roupa desportiva de marca. Umas pequenas compras e fomos a Carnaby Street. De volta ao Tube para o ponto de encontro do almoço: Farringdon. Iríamos a um “Fish and Chips” tradicional. Esperámos uns minutos pelo Bruno (amigo do Marco que partilharia o quarto connosco e que chegara nesse dia de Roma) e pelo Andrea e o Gaetano. Andámos uns quarteirões (reparem na quantidade de vezes que a palavra “andámos” e a palavra “Tube” se repetem em todas estas linhas e vejam se não tenho razão quando descrevo Londres como um frenesim...). Chegámos ao restaurante e esperámos pelo Patrick, Kenny e Maria. Chegaram. O almoço iria começar e desesperei por um WC para lavar as mãos. Não tinha. Imaginam o mesmo no “terceiro mundista” Portugal? Eu também não…Fish and Chips. O tradicional. Regresso ao Tube e a Piccadilly. O resto do “exército gialorosso” aguardava-nos. Foi bom rever aquelas caras já conhecidas de Brugge, Milano, Genoa, Valência e Roma. E bom ver que também fomos reconhecidos. O Lillywhites não era frequentado por tantos romanos por metro quadrado desde o tempo em que Londres era Londinium. Tube e Covent Garden. Por incrível que pareça nunca tinha ido a essa parte de Londres. Homens e mulher estátua, um mercado tradicional, lojas e pubs. Um ambiente boémio. Apaixonei-me por aquela zona. Mais uns metros galgados e fomos a mais um pub um pouco afastado da praça. Umas horas de conversa, um regresso rápido ao hotel. Deixámos as compras e apanhamos novamente o Tube em Royal Oak para Sheperd’s Bush. O objectivo era o Q.P.R – Fulham (o Pantera grande fan do Fulham estava felicíssimo por poder ver a Roma e o Fulham numa só viagem…). Não fomos todos. Apenas eu, o Pantera, o Marco, o Bruno e o Christian percorremos os bairros locais até chegarmos ao Loftus Road Stadium. É um típico estádio inglês, quadrado com bancadas que parecem de Lego. Um ambiente fantástico (ficámos no sector visitante por 15 libras) com cerca de 10000 pessoas que assistiram a uma vitória por 2 -1 do QPR (dois golos do Bem Sahar, o striker israelita dos quadros do Chelsea). O Pantera estava desolado. Os adeptos do Fulham entoavam um dos seus hinos “Al Fayed whooaaa, Al Fayed Whooaaa, he wants to be a Brit, And QPR are shit, Al Fayed whoooaa. “ Os adeptos dos R’s respondiam à sua maneira e ambos cantavam juntos (com trocas de aplausos no final !!!) contra o Chelsea… Voltamos a Sheperd’s Bush e a um pub onde o resto do pessoal se encontrava. Jantei decentemente (um bife com salada) e enquanto os nossos amigos italianos alinhavam tácticas de deslocação para Upton Park no dia seguinte eu e o Patrick divertíamo-nos respondendo a umas insistentes (e chatas) australianas que éramos respectivamente português e escocês e todos os outros eram italianos de Napoli, e apoiavam a Lazio. Penso que mais quinze minutos e seriam todos homossexuais que gostavam de anchovas. Não deu para tanto. O tube fecha pouco depois da meia-noite e estava na hora de voltar para Bayswater. O jogo era no dia seguinte.
Sábado era o dia do nosso objectivo. Mas ainda antes da saída do Hotel a nossa holandesa voltou a bater a porta. Dizia que tinha falado com o Ricardo mas como estava sem lentes não me reconhecia. Apontei para o Marco. “It’s him”. O local de concentração era em Aldgate East. E a hora as 12h30. Como eu tinha previsto (ao contrário dos meus amigos italianos) quando chegámos já uma carrinha da polícia vigiava o local. Como eu não tinha previsto (e também ao contrário dos meus amigos italianos) o grupo de romanos chegava à centena . Uma boa “crew” para ir a Upton Park. Umas horas de jogo do gato e do rato com a polícia mas pouco tempo depois todo o grupo foi encaminhado para Upton Park sobre o calor exagerado que desde o dia anterior se abatia sobre a capital inglesa. Uma carruagem só para nós, cânticos e … Upton Park. Cortejo organizado e tranquilo. Bilhete a 16 libras e o meu regresso ao estádio dos míticos Irons de Londres. Os cânticos aquecem as bancadas enquanto as equipas também fazem o seu aquecimento. O "I'm Forever Blowing Bubbles" acompanha a entrada das equipas no estádio. A música fora deste contexto é claramente estúpida, mas acreditem que quem quer que vá a Upton Park nunca mais a esquece. O jogo começa com uma Roma dominadora. O reforço Giuly marca para a Roma. Um grande golo. Começam os hinos de vitória e as provocações sobem de tom entre ambas facções. Os Hammers cantam pela Lazie e os romanos respondem com o Lazio Merda. Típico. Intervalo e o bar é invadido (by the way, em Inglaterra é permitido consumir álcool dentro do estádio, com a excepção das bancadas). Começa a segunda parte e um cântico domina os segundos 45 minutos. Uma versão da “Lambada” adoptada ao Shabani Nonda. Não por ser um grande craque. Apenas pelo contrário. Assobios, murmúrios e …. Pensar na música antecediam gargantas ao alto a cantar pelo Nonda. Hilariante.
Os hammers marcam por duas vezes e vencem o jogo. Há uma pequena escaramuça com a polícia no final do jogo. Saímos do estádio e como pretendia ir a Loja dos Hammers decido (com o Patrick) romper o cortejo por uns minutos e irmos pelo outro lado do estádio e encontrar os nossos amigos romanos no metro. Haveria tempo para isso. Esperávamos. A loja estava impossível (a fila para entrar ultrapassava as 200 pessoas) e na banca da Inter City Firm cruzei-me com o “mítico” convertido a escritor Cass Pennant. Mais uns metros “galgados” a assistimos a trocas de insultos e objectos entre romanos e ingleses à entrado do Tube. Dada a impossibilidade de os acompanharmos decidimos por mais uma hora de Pub, até a polícia permitir o acesso ao Tube e o nosso regresso a Aldgate East. Correu tudo como o Patrick previa e passada uma hora o Tube estava bastante mais transitável. Voltamos a Aldgate East sob os constantes avisos na instalação sonora das carruagens de atrasos devido a incidentes com adeptos da Roma. Chegamos à estação, percorremos a Commercial Street em busca dos nossos amigos. Vislumbramos um bar cheio de polícia. Deviam ser eles. Fomos para lá enquanto o Patrick ligava à esposa a informar que já tínhamos encontrado os Romanos e que em breve iríamos ter com ela ali perto. “Patrick… aqueles não são os Romanos. São…. Granata”. O pub estava cheio de adeptos do Torino que tinham ido assistir ao Tottenham – Torino. Os romanos já tinham passado por ali e alguns adeptos do Toro estavam a ser assistidos. O aparato policial era devido aos incidentes. Parece que a zelosa policia britânica esqueceu-se que apesar de italianos os Romanos e os Granata não se dão bem. Andámos mais uns quarteirões e aguardámos pela Kate junto à estação de Liverpool Street. Passavam grupos de Romanos. Granata, Spurs, Hammers e mais alguns do Crystal Palace que jogaram com o Everton. Uma cidade a respirar futebol. A Kate chegou e fomos juntos a Baker Street (sim, é a rua do Sherlock…) jantar. Falámos das férias que tiveram em Lisboa, das que querem ter e da viagem à Nova Zelândia prevista para o Natal. Após o jantar a Kate regressou a casa e eu e o Patrick a Bayswater. Os romanos estavam por lá a jantar e ainda fomos a um pub na área antes de regressarmos ao centro a Carnaby Street. Estávamos a dar as despedidas a Londres mas ainda passámos umas horas na rua (sim, na rua mesmo, porque os romanos NUNCA decidem nada. Acho que foi assim que perderam o império. Atacamos os Visigodos ou os Ostrogodos? Quando deram por isso estavam invadidos…). As inglesas e as suas roupas diminutas captavam as atenções. E os aplausos…
Voltamos a Bayswater de Bus (o Tube já estava fechado) e passámos a última noite no nosso hotel e na cidade.
O dia seguinte baseou-se às despedidas e à minha curta viagem para Heathrow. Onde me aguardava um inferno de filas para fazer o check in. Como decidi viajar cedo para o aeroporto tinha tempo suficiente para ter uma refeição calma e uma vista de olhos para as ultimas compras de ocasião. As horas foram passando e não havia informações do meu voo nos quadros electrónicos. Estava atrasado. Finalmente foi anunciado o Gate 23 (já com meia hora de atraso) mas a espera não se ficou por ai. Mais uma hora e alguns minutos dentro do avião sob um intenso calor e a aguardar uma reparação ao ar condicionado. Seria uma companhia low cost ou de um país de terceiro mundo? Não. Era a BA. Ao meu lado sentaram-se dois “tugas” que trabalhavam pelo mundo inteiro. Não percebi bem se eram engenheiros, operários, terroristas ou traficantes de órgãos. Sei que vinham da Nova Zelândia e voltavam à pátria e que além de algum mau aspecto (mas acho que após um voo da Nova Zelândia ainda apanhar outro tem esse efeito em qualquer mortal) partilhavam um bom gosto por piropos para uma hospedeira indiana e pelos palavrões. Ah, e pela Heineken.
Após um voo sem grandes problemas cheguei à nossa Portela. Uma fila para mostrar o passaporte (e a natural esperteza saloia do povo português no que trata a filas mostrou-me que estava de volta) e algum tempo de espera de malas separavam-me daquela curta fronteira para a vida do dia a dia que é a saída da sala da recolha das malas para a sala de espera, hoje em dia uma constante aldeia africana (sem qualquer conotação racista) dada a quantidade de africanos que ali esperam os seus entes queridos todas as vezes que tenho aterrado.
Era bom estar de volta mas Londres já deixava saudades…