Sexta-feiraApós uma dura semana de trabalho nada como uma bela sessão de Cinema para relaxar. E se assim planeei melhor ainda foi o resultado. “Slumdog Millionaire” é uma obra-prima. Desde que vi “Trainspotting”, do mesmo Danny Boyle, que comecei a encarar as produções “alternativas” com outros olhos. Pois bem, “Slumdog Millionaire” está muito acima do filme protagonizado por um ainda imberbe Ewan McGregor em termos de orçamentos, produção e a filmagem em si. A “trama” está também melhor elaborada. De “esquemas” de um grupo de toxicodependentes passou-se para “esquemas” de sobreviver num país assolado pela miséria, a pobreza, a fome, a intolerância religiosa, a inveja, a ganância, enfim todos os motivos que provocam um olhar desconfiado sobre a sociedade indiana. E as reacções locais demonstram isso… “Slumdog Millionaire” é a Índia que a Índia quer esquecer. E no entanto (à la Danny Boyle) acaba por ser divertido… Um sério candidato aos Óscares. Brilhante interpretação de Dev Patel (se bem que a criança que interpreta o pequeno Jamal é brilhante) e uma lindíssima Freida Pinto.
SábadoO Dia dos Namorados teve uma prenda. “Valsa Com Bashir”. A animação em
estilo de documentário é de uma profundidade brutal. Todos os pequenos passos da estória de Ari Folman obrigam a pensar. E há tempo para isso já que as personagens (mesmo a cena inicial em que os cães arrastam à sua frente toda uma cidade) se movimentam com uma lentidão que a isso obriga. O enredo é a primeira guerra civil do Líbano e o assassinato de Bachir Gemayel em 1982. Os sonhos que atormentam Ari Folman levam-nos a procurar ajuda junto de antigos combatentes no mesmo teatro de operações em que esteve. Levam-no aos massacres de Sabra e Shatila. Levam-no a uma Beirut destruída pela guerra. Um “Apocalypse Now” israelita. Obrigatório ver.
DomingoFinalmente o regresso dos “manos Gallagher” a Portugal. A pontualidade britânica do inicio do concerto fez com que entrasse no Atlântico aos acordes de “Fuckin in the bushes”. Seguiu-se “Rock N Roll Star” e comecei a estranhar a pouca “aderência” do público aos acordes que os Oasis iam debitando. O concerto era mau? Não. O som estava mau? Não. Os Oásis não interagiam com
o publico? Como não? Até pediram o Mourinho. Enquanto o concerto prosseguia tirava as minhas conclusões. O público era mau. Divido-o em 4 categorias: os fans da banda (onde me incluo), os “borlas” (os que vão porque um amigo ou patrocinador lhes arranjou uns convites), os Hi5’s (aqueles que vão para os concertos tirar fotos e ao seu grupo de amigos para colocar nas páginas Web…apenas porque sim) e finalmente os “Wonderwall” (porventura alguém que engatou à conta da balada e pronto… é fan de Oásis). O público do Atlântico não merecia estes Oasis. E começa a ser preocupante a repetição deste fenómeno para diversas bandas. Aposto que a minha próxima desilusão vai ser o concerto dos U2. Se chegar a ir… Oasis ? Sim. Mas por favor no Coliseu. E só para fans. Pode ser?