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segunda-feira, março 26, 2007

101 - Os Grandes Portugueses

Em primeiro lugar quero dizer que este é o post 101, ou seja, já ultrapassei os 100 momentos de devaneios mentais, considerações ou simples letras musicais. É o caminho para a presunção intelectual em busca de mais visionamentos que o Abrupto do Pacheco Pereira (ou um qualquer dos milhares de sites porno que o Alves me bombardeia sempre que estamos no MSN). Adiante…

Ontem fiquei acordado até um pouco mais tarde (a mudança da hora também ajudou…) para ver o final dos “Grandes Portugueses”. Curiosamente só vi mesmo a final à semelhança com o “Pior Português” em que, curiosamente também, o vencedor foi o mesmo: o Prof. Oliveira Salazar (não confundir com o Prof. Oliveira Casca, do tempo em que o Herman tinha piada…).

O programa esteve animado, e com uma ou outra gaffe do staff da RTP (a Maria Elisa trocou-se umas vezes e o seu assistente, o Daniel Oliveira, fez o mesmo) com os constantes ataques da sempre polémica Odete Santos ao mais que provável (já o Ricardo Araújo Pereira tinha avisado umas horas antes) vencedor do sufrágio (pasme-se… o único ao qual se sujeitou).

O resultado do concurso não é mais que isso. Um resultado de um concurso. E não pode ser dada mais importância que isso. Relembro que na Bélgica venceu o Jacques Brel (cantor romântico) e nos Estados Unidos o Reagan (com o George W.Bush em 6º, o Clinton em 7º e a … Oprah em 9º). No entanto, e até nisto somos portugueses, no Reino Unido venceu Churchill, em França o General De Gaulle e na África do Sul o vencedor foi Nelson Mandela. Ou seja, estamos ao mesmo nível cultural dos americanos, isto é, estamos nivelados num dos seus piores indicadores. Fantástico…

Venceu o Salazar, como podia ter vencido o Cunhal. O Portas acaba por ter razão. Numa história tão rica os três primeiros classificados pertencem ao nosso pior século: o XX.

De qualquer maneira há duas situações com as quais não concordo. A corrente intelectual que afirma que esta vitória é um alerta para a situação do país etc etc. Ou então a que diz que é uma vergonha a vitória de Salazar. A História sempre provou que é errado votar as suas personagens (mesmo as mais sinistras) ao abandono. É mais correcto (e nem vou entrar no campo do sensato) encarar as coisas como elas são, dar-lhe o valor que realmente têm e deixar a própria História julgar. Com Salazar caiu-se nesse erro. Tentou-se empurrar a história para debaixo do tapete, mudam-se o nome a pontes e estradas e tá feito. É um erro. E essa para mim é a principal conclusão de “Os Grandes Portugueses”.

Lamento apenas que o Gonçalo Cadilhe tenha sido o defensor com menos tempo de intervenção no programa de ontem. É que as suas intervenções eram as únicas que pareciam realmente ter o espírito de concurso. E por isso o principal defeito do Infante D. Henrique era cheirar mal dos pés…

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

tristeza e vergonha.

14:13  
Blogger C. said...

Só não concordo com uma coisa: como é que não pode ser uma vergonha estarmos ao mesmo nível cultural dos americanos?

00:27  
Blogger Ricardo said...

Oh Catarina...lê lá isso novamente :)

Cruzes canhoto..esse avatar até assusta...

Joca

22:31  

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