Viver

O que queres ser quando fores grande? Já sou grande. Mas gostava de ser Gonçalo Cadilhe. Que profissão é essa? Nenhuma. É um gajo simples que " Precisou de uma licenciatura em Gestão de Empresas e de sete meses a picar o ponto para compreender que não tinha percebido nada da vida: tudo o que lhe interessava se encontrava na direcção oposta. Despediu-se do emprego, da família e do país e começou a viajar e a escrever. "

Desde o primeiro minuto que conheci a realidade deste viajante (tenho de agradecer ao Jorge por isso) que me apaixonei pelas suas crónicas. Adquiri o "Planisfério Pessoal" e este fim-de-semana o seu novo livro " A Lua pode esperar". Confesso que ainda não o comecei a ler mas está para breve, mal termine o do momento e que falarei numa próxima oportunidade.

Parece-me um gajo simples. Com mais 10 anos em cima que eu que fez uma simples opção. Quero um emprego estável (se é que hoje em dia os há) e uma família ou quero conhecer o Mundo? Optou e escreve. Todas as semanas. Subsiste assim. Na América Central ou na Austrália. Em África ou no Médio Oriente. Escreve de uma maneira que permite ao leitor imaginar o local, o cheiro e quase, quase sentir que já lá esteve. Não deveria ser sempre assim?

Compro o Expresso todas as semanas de forma a acompanhar as suas crónicas na Única. Está neste momento na Namíbia ou Botswana. Atravessa enormes vales e gargantas enquanto eu estou no trânsito para o trabalho. Come com os locais enquanto eu aproveito a minha hora de almoço para uma refeição rápida, um café e dois dedos de conversa. Faz amigos pelos 4 cantos do mundo enquanto eu passo por pessoas no corredor cujo sinónimo de educação é baixar a cabeça de forma a evitarem um seco "bom dia" a quem quer que seja...

Pois é Gonçalo, invejo-te...