O MELHOR DO MUNDO POSSÍVEL

A volte sorridi, a volte è più dura...

segunda-feira, março 20, 2006

O Casamento Dos Pequenos Burgueses - Chico Buarque

Ele faz o noivo correcto
E ela faz que quase desmaia
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a casa caia
Até que a casa caia


Ele é o empregado discreto
Ela engoma o seu colarinho
Vão viver sob o mesmo teto
Até explodir o ninho
Até explodir o ninho


Ele faz o macho irrequieto
E ela faz crianças de monte
Vão viver sob o mesmo teto
Até secar a fonte
Até secar a fonte


Ele é o funcionário completo
E ela aprende a fazer suspiros
Vão viver sob o mesmo teto
Até trocarem tiros
Até trocarem tiros


Ele tem um caso secreto
Ela diz que não sai dos trilhos
Vão viver sob o mesmo teto
Até casarem os filhos
Até casarem os filhos


Ele fala de cianureto
E ela sonha com formicida
Vão viver sob o mesmo teto
Até que alguém decida
Até que alguém decida


Ele tem um velho projecto
Ela tem um monte de estrias
Vão viver sob o mesmo teto
Até o fim dos dias
Até o fim dos dias


Ele às vezes cede um afecto
Ela só se despe no escuro
Vão viver sob o mesmo teto
Até um breve futuro
Até um breve futuro


Ela esquenta a papa do neto
E ele quase que fez fortuna
Vão viver sob o mesmo teto
Até que a morte os una
Até que a morte os una

quinta-feira, março 16, 2006

Os Pacientes Ingleses

Segunda-feira, 3 da manhã. O despertador toca e o pequeno-almoço espera-me. As razões deste horário? Uma viagem a Liverpool com escalas em Rio de Mouro, Porto e Londres. Sou um adepto de futebol e vou seguir a minha equipa.

Os primeiros kms são galgados sozinhos. Até chegar a casa da namorada a ansiedade é grande. É a primeira viagem que eu vou fazer com ela e quero que tudo corra bem.

Chego antes das 4h como combinámos. Fazemo-nos ao caminho. Paramos numa área de serviço e observamos um grupo de rapazes que apostamos que vão fazer o mesmo que nós. Que vão a Liverpool ver o Benfica. Acertámos. Vão.

Chegamos ao Porto cerca de 2h antes do nosso voo (marcado para as 11h30) e fazemos os formalismos necessários para o embarque. A Nês fuma os seus últimos 6798 cigarros matinais, tomamos o 3º pequeno-almoço do dia e estamos prontos para embarcar. Minutos antes recebo uma sms de um número que não conheço " Os voos da RyanAir para Londres estão a ser cancelados". Penso e respondo "Não sei quem és, mas és engraçado..." Mal eu sabia do que iria passar um grupo de amigos...

Embarcamos. O voo ia cheio de Benfiquistas. Uns conhecidos e outros que mais valia não conhecer. Alegria e Fé. Vamos a eles !!!

A viagem decorre sem problemas, exceptuando um ou outro atraso. Pouco passava das 13h e aterramos em Stansted. Mais cigarros e compra-se o bilhete (25 libras) do Stansted Express. A forma mais rápida de chegar a Londres. São 45 minutos de comboio entre o aeroporto periférico e o coração da City: Liverpool Street.

Inicia-se o nosso contra relógio de 3 dias.

O comboio parte e Londres aproxima-se. Saímos na estação e surge a atmosfera Londrina. Gente. Muita gente. A estação fervilha. Muitas raças e cores diferente. Londres no seu esplendor. Burguer King e Metro. Vamos para a estação de Gloucester Road com vista o nosso Hotel em Kensington. O Albert Hotel. Saio do Underground (ou Tube) e recebo a mensagem de boas vindas do Patrick. "Hello Ricardo. Welcome to London. Beautiful weather hein?" Chovia a potes. O Patrick é um conhecido da minha última viagem a Londres. Escocês. Adepto do Dundee United e de Rugby. Segue a "national team" escocesa um pouco por toda a Europa e é (pelo menos desde esta estadia...) adepto do Benfica.

Procuramos o hotel, enganamo-nos na rua mas finalmente lá chegamos. Somos surpreendidos (ou não) por um recepcionista brasileiro. Somos surpreendidos (ou não, pelo preço barato que pagámos) pelo pior hotel onde já estive. No entanto as camas são limpas e isso chega-nos. A localização também não é má e afinal até dou graças a Deus por o pequeno-almoço não estar incluído. Que se lixe. Estamos em Londres.

Depois de um período no Hotel vamos dar uma passeata pela cidade. O tempo urge e temos de escolher os locais a visitar. Tower Brigde, Houses of Parliament, Tower of London e Westminster Abbey. Devido à proximidade geográfica decidimo-nos por essa área, em detrimento do centro (Piccadily, Oxford Street, etc...).

Agora reparem: Londres tem cerca de 9 milhões de habitantes. Correcto? Qual a hipótese estatística de encontrarem caras conhecidas? (Nês, dá ai uma ajuda...) Poucas? Nenhumas? Pois bem. Na Tower of London, enquanto tiramos umas fotos da praxe aparecem umas caras conhecidas. Das que gostamos de ver. Uma agradável surpresa. Depois dos cumprimentos iniciais, despedimo-nos e seguimos o nosso caminho. Uma triste notícia chega-nos: os voos de Granada dos nossos amigos estão a ser cancelados. Que galo !!!. No entanto a sua maioria consegue arranjar soluções alternativas (mas bem mais dispendiosas) e vamo-nos todos ver em Liverpool.

Tiramos mais umas fotos na Tower Bridge e seguimos para o ponto de encontro com o Patrick e o Gaetano (amigo Romano que vive em Londres): Pakenham Arms Pub, perto de Kings Cross (estação parcialmente destruída pelos atentados do ano passado). Objectivo? Assistir ao Barcelona-Chelsea num Pub tipicamente londrino, seguido de um jantar.

Chegamos ao Pub. Já lá se encontravam os anfitriões. Alegria por reencontrar pessoas amigas. Conversas de circunstância, futebol, Itália, Londres, Portugal, etc.

O jogo começa (ou os jogos, pois outro ecrã acompanha o Villareal - Rangers, para gáudio de uns adeptos do Rangers bem perto de nós) e o Pub silencia-se, vibrando apenas com os lances mais perigosos e com o golo dos Rangers. Pelo meio uma situação engraçada. Alguém do bar faz anos. Circula um postal por todo o estabelecimento. Todos assinam. Nós também. Um rapaz aproxima-se. "Há aqui portugueses?". Sorrimos. "Sim. Nós". A pergunta seguinte é: "Amanhã também vêm aqui ver o nosso Benfica?", "Não, vamos a Liverpool!" Dizemos esta frase com um orgulho enorme. Somos do Benfica e vamos a Liverpool vê-lo. Pelo meio do jantar aparecem uns amigos de Portugal. O pessoal do Marco. Uns dedos de conversa e

Finalizam os jogos. A Nês anseia por comida e eu sinceramente também. Tenho um bocado de receio pelo restaurante a que vamos parar. Para a Nês os anseios tornam-se reais. Paramos num Pub perto do Smithfield Market. O mercado de carne mais antigo (e dos mais importantes) de Londres. 800 anos de história e um episódio que para nós (através de Hollywood) se tornou conhecido: foi ali que William Wallace (o Braveheart do Mel Gibson) fora esquartejado. O Patrick refere isso com orgulho escocês. Está ali a jantar na zona onde um dos seus maiores heróis encontrou a morte. Não consigo deixar de partilhar um pouco desse sentimento.

Chega o jantar. As entradas são de pombo, logo eu e a Nês dispensamos. O prato principal (que escolhi com muito cuidado...) é um bom naco de carne acompanhado por um puré com batatas, legumes e ... anchovas ! Eu gosto. A Nês não.

Termina o jantar. Eu, a Nês, o Patrick, a Mary e o Kenny (outro velho conhecido da última estada em Londres, mas este é do Hearts) vamos cada um para sua casa. É meia-noite e parecem 2 da manhã de Lisboa. Fazemos as últimas estações de Tube com o Gaetano. Só o voltaremos a ver em Milão, mais lá para Maio...

O segundo dia iniciou-se bem cedo.

Cerca das 8h já saiamos no nosso hotel para visitar o Upton Park, casa de um dos mais tradicionais clubes de futebol ingleses: o West Ham United.

Pequeno-almoço num dos milhentos Starbucks Coffee de Londres, e de volta ao "tube" para apanhar a "District line" rumo à East London.

Lá fomos. Saímos em Upton e a zona é completamente diferente dos bairros "chiques" da zona central. As casas são as típicas em tijolo e as pessoas são na sua maioria de etnias diferentes que os ingleses tradicionais. As próprias lojas alternam entre electrodomésticos, desporto e pronto-a-vestir indiano, com centenas de "saris" de cores diferentes. Todas berrantes. United Colors of India... Basicamente. Percorremos a Green Street e passamos pelo Queen's (um dos Pubs da "malta" do West Ham). Por detrás das casas surgem as torres do Upton Park. Fotos da praxe e compras na loja. Regresso ao "Tube" sem antes termos bebido um café e admirado as diferenças entre a Londres "fashion" e esta bem mais popular. A Nês adorou a East London. Eu também.

Regressamos. O contra relógio inicia-se. Voltamos ao hotel, malas e a passo rápido voltamos ao "Tube". O nosso comboio parte de London Euston dentro de 30 minutos. Estamos em cima da hora e o "Tube" avaria. Felizmente Londres tem diversas linhas e 2 delas dão acesso ao nosso destino do ponto onde estamos. Apanhamos a "Hammersmith and City" na mesma plataforma. Chegamos a tempo. O Patrick já desesperava no interior da sua calma britânica. Tento comprar o almoço no Burguer King mas a definição de "fast food" não se aplica. Demoram uma eternidade. Ficam com os burguers e as libras. Levo apenas as nossas bebidas. Bollocks...

Entramos no comboio. Virgin Trains. Mais um dos tentáculos do bilionário Richard Branson. O Patrick explica-nos que os comboios em Inglaterra foram liberalizados, ou seja, qualquer empresa pode explorar, como se fossem companhias aéreas. E que os preços variam consoante a altura em que se compra os bilhetes. Como se fossem (novamente...) companhias aéreas.

O comboio está cheio de adeptos de futebol. Todos de vermelho e branco. Uns do Liverpool outros do Benfica. Três destacam-se. A ala benfiquista dos Gato Fedorento. Também eles adeptos do Benfica "on tour" para Liverpool. Passo por um deles. "Hoje ganhamos!" "Mais nada!". Aposto que todos os "lampiões" do comboio lhes devem ter dito isso. Mas eu não podia deixar de o fazer também.

Palmilhamos as 2h30 de viagem conversando ou dormindo (mais a Nês). O Patrick vai bebendo as primeiras cervejas do dia e o tempo muda consoante a cidade. Chove, sol, chove, sol... Inglaterra, penso eu com os meus botões.

Chegamos a Liverpool mesmo na hora marcada. Liverpool Lime Street. A estação central. Apanhamos um tradicional táxi em direcção ao hotel. A conversa com o taxista era o jogo. Era adepto do Liverpool. Antevia dificuldades mas confiança na equipa. O Patrick lá lhe ia dizendo que os avançados não conseguiam marcar e sendo assim muito dificilmente passariam o Benfica. Genial o nosso escocês, não?

Chegamos ao hotel. O único que conseguimos arranjar em Liverpool. O Regent Maritime Hotel. O Andrea Venturini já lá se encontrava à nossa espera. A Roma jogava em Middlesbrough no dia seguinte. O Benfica jogava neste dia. Não iria faltar.

Na recepção olho para o livro de visitas e... "This is a shithole. The cleaning team has to do a lot of extra working hours and the bar staff has a drinking problem." Ok. Depois do pior hotel de Londres seria o pior hotel de Liverpool? Bem, tirando um ou outro pormenor nada demais. Era agradável. A vista era para uma fábrica, mas era agradável. Reencontro-me com o Andrea o que é sempre uma boa sensação.

Vamos todos para o centro de Liverpool no mini bus do hotel, partilhado com uns ingleses adeptos do Liverpool. Pinta de hooligans. O vestuário que tinham também o indiciava. Estavam confiantes. Demasiado. Óptimo.

Chegamos ao centro. O Patrick dirige-se ao Pub. Começa a sua odisseia. O Andrea acompanha-o. Eu e a Nês damos uma volta. Vamos à loja do Liverpool e combino com o Bruno (um velho colega e amigo) encontrarmo-nos na zona. Já todos juntos voltamos ao Pub. O Andrea e o Patrick já bebiam as suas "pints". O futebol dominava. O Andrea fala da nossa viagem a Genoa e Brugge. O Bruno e o Acácio (amigo dele) preferem falar do Benfica e das hipóteses para o jogo. As "pints" vão chegando e a conversa rolando. O Bruno e o Acácio partem para Anfield. Uma hora depois vamos nós.

Chegamos ao mítico "templo" do Liverpool FC cerca de 1h antes do "kick-off". Vive-se o ambiente britânico do futebol. O estádio é no meio de um bairro. As pessoas enchem os Pubs e as ruas. Vêem-se muitos benfiquistas e cruzo-me com os amigos que passaram o "desespero" do voo cancelado. Decido entrar com a Nês. O Patrick e o Andrea ainda ficam cá fora.

As bancadas estão quase cheias. O sector visitante respira esperança. Não dou pelos minutos passarem. O pessoal vai chegando. Revejo os amigos do Luxemburgo e de Bruxelas.

Faltam poucos minutos. As bancadas entoam o "You'll never walk alone". Espectáculo.

O jogo começa. Os avançados do Liverpool falham golos atrás de golos. Numa dessas ocasiões viro-me para a Nês "Depois deste falhanço tenho a certeza que não entra aqui nada. Vamos passar". Subo para cima de uma cadeira a puxar pelo pessoal. Sou ameaçado de expulsão pelo steward. O Benfica ataca. O Benfica marca. Simão. Um golo fantástico. O sector explode. O Andrea e o Patrick festejam como se fossem um de nós. Subo para a cadeira. A polícia entra no sector para me levar. Graças ao Eurico consigo trocar de chapéu e escapar aos olhos dos seguranças até ao intervalo.

Mudo-me de sector. Fico na última fila de Anfield a ver os segundos 45 minutos. A Nês acompanha-me. Sofremos um pouco. Um golo é anulado ao Liverpool. Falta pouco para o final do jogo. Miccoli entra. Miccoli marca: 0-2!. Choro abraçado à Nês.

Pronto. O Benfica está a dar dois a zero ao Liverpool em Anfield. Os quartos de final da Champions estão ao nosso alcance. Apito Final. Desço ao meu lugar anterior. Festejo com os amigos.

Ficamos retidos um pouco no sector mas saímos sem quaisquer problemas. A noite de Liverpool é benfiquista. Apanhamos um autocarro para o centro.

O bus está cheio de Benfiquistas e a alegria é enorme. Chegamos ao centro e procuramos um sitio para comer qualquer coisa. O Patrick para beber. Ao Andrea resta acompanhá-lo.

Mesmo junto ao Pub onde o Patrick acampa há um mini restaurante de fast food. Hamburguers, Kebabs e uma coisa que juravam ser batatas fritas. Eram péssimas. Avisei uns "tugas" que tavam na fila. "Nós sabemos. Tamos cá há três dias. Só se come merda aqui". Sorrimos. Saímos. Liga-me um grupo de amigos. Aparecem com as malas às costas na busca de hotel. Fico revoltado com a situação deles e ligo a pessoal que tá instalado a ver se há espaço para eles. Em vão. Liverpool estava lotado. Vamos ter com o Patrick e com o Andrea que finalizam as suas "pints" e em seguida procuram um lugar para jantar. Em vão. A Nês lá consegue arranjar um café (apenas no... McDonald's) e sossega as dores de cabeça. "Vamos a um Pub?" sugere o Patrick. "Vamos". Entramos num bar que parecia ter parado no tempo, menos os seus ocupantes. Vários idosos dividiam-se entre o balcão e uma zona de sofás com um espaço improvisado onde uma banda (de terceira idade) tocava blues. Parecia que o faziam desde os anos 50 sem saírem daquele local. Não vos sei explicar mas fiquei completamente estupefacto a olhar para eles e a admirar o espectáculo que aqueles senhores proporcionavam. Terminam a actuação. O Patrick e o Andrea bebem, a Nês dorme encostada ao meu ombro. O Pub fecha e o Patrick procura mais diversão. O Andrea é "obrigado" a acompanhá-lo. Nós voltamos ao nosso belo hotel com vista para a fábrica guiados por um adepto do Benfica. Era fan do Everton.

O último dia começa cedo. Tínhamos combinado com o Patrick no dia anterior começar o pequeno-almoço às 9h para depois irmos todos ao Goodison Park (Everton FC) e voltarmos a Anfield. É obvio que só eu e a Nês chegámos a horas. Eram 10h30 quando os nossos dois acompanhantes se despacham. Tinham voltado ao hotel por volta das 2h, mas o Patrick ainda foi para o bar até às 4h30. E constatou que realmente o “bar staff has a drinking problem…”.

Esperamos por um táxi e vamos para Goodison. Estádio tipicamente inglês completamente instalado no meio do casario. Um dos mais antigos de Inglaterra com a curiosidade de num dos cantos ter…uma igreja. Visitamos a loja, fazemos umas compras e atravessamos o Stanley Park rumo a Anfield. Entretanto damos uma olhada na estátua do “Dixie” Dean. O ainda recordista de golos na primeira divisão inglesa.

Passado o parque (uma espécie de zona de ninguém entre os dois estádios) chegamos a Anfield. Tempo para umas fotos da praxe junto ao mítico portão e ao “Hillsborough Memorial”. Depois a Loja, sem antes passarmos pelo Kop e admirarmos o bairro por detrás do mesmo. As casas vão ser demolidas. Parece uma cidade fantasma. Na loja o Andrea é o mais “massacrado” Existem diversas versões das camisolas e t shirts da final da Taça dos Campeões ganha pelo Liverpool à Roma em Roma… Eu e o Patrick somos os responsáveis pelo “massacre”.

O tempo urge para os nossos dois amigos. O comboio que ambos têm de apanhar para Middlesbrough está quase a partir. Táxi e regresso a Liverpool Lime Street. O Andrea compra algo para comer numa loja no interior da estação. O vendedor é adepto do Liverpool e faz-lhe um desconto pela vitória do Benfica. “É para verem que temos fair play. Não somos como o Chelsea!” Remata e sorri. Obviamente que o Andrea a partir desse momento é oficialmente um adepto do Benfica.

Despedimo-nos e marcamos “encontro” para Milão e Turim no próximo Maio.

Agora fico só eu e a Nês. O nosso comboio é pouco tempo depois. Compramos o almoço e lá voltamos a Londres no Virgin Train. A viagem corre sem problemas e aproveitamos para dormir um pouco antes do contra relógio final.

Chegamos a London Euston a horas. Contamos o tempo e decide-se passar em Queensway para umas últimas compras. Tube, Queensway, Tube, Liverpool Street. Apanhamos o Stansted Express rumo ao Aeroporto e a Nês sofre pelas restrições tabagistas. Chegamos ao aeroporto, check in, as últimas compras e vamos para a nossa porta de entrada. É obvio que está cheio de benfiquistas. Encontramos caras conhecidas. Trocam-se palavras de confiança e desejos de adversário no próximo jogo. Ninguém quer o Barcelona (que nos cairia em sorte dias depois).

O avião parte com um ligeiro atraso e muitos cantam músicas alusivas ao Benfica. A Nês promove uma nova versão para “A nossa águia é maior que o vosso pássaro”. Passamos o tempo a rir com esse acto genial.

Duas horas e pouco depois chegamos ao Porto. Ainda nos resta uma viagem de 4h de regresso a Lisboa (com paragem para jantar).

Chegamos estafados mas felizes. Correu tudo bem…

quarta-feira, março 01, 2006

Wonderful World - Sam Cooke

Don't know much about history
Don't know much biology
Don't know much about a science book
Don't know much about the French I took

But I do know that I love you
And I know that if you love me too
What a wonderful world this would be

Don't know much about geography
Don't know much trigonometry
Don't know much about algebra
Don't know what a slide rule is for.

But I do know that one and one is two,
And if this one could be with you,
What a wonderful world this would be.

Now i don't claim to be an "A" student,
But I'm trying to be.
'Coz maybe by being an "A" student baby
I can win your love for me.

Don't know much about history
Don't know much biology
Don't know much about a science book
Don't know much about the French I took.

But I do know that I love you,
And I know that if you love me too,
What a wonderful world this would be.

Latatatatatatahuwaah (history)
Oehwoewoe (biology)
Latatatatatatahuwaah (science book)
Oehwoewoe (French I took)

But I do know that I love you,
And I know that if you love me too,
What a wonderful world this would be.

Carnaval

Confesso que nunca fui grande admirador do Carnaval. Nunca fui grande fan de máscaras, bailes e toda essa euforia tão própria da época carnavalesca. No entanto, e geralmente "arrastado", acabo todos os anos por sair ou ir parar a uma "festinha" de Carnaval.

Este ano não foi diferente e acabei por ir parar a um ponto de diversão da capital: as Docas de Lisboa.

Já não ia a esse sítio há algum tempo e a primeira sensação é "Bolas, mas isto anda vazio....". Pois. Para quem frequentava o espaço todas as semanas nos finais dos 90 é uma grande diferença. Mas adiante...

Se há coisa no Carnaval que desperta a atenção são obviamente as máscaras. Há as imaginativas, as convencionais, as caras, as baratas e há os gajos que se mascaram à tropa. Dentro destes há uma facção ainda mais radical: os gajos que vestem umas calças e umas botas e mascarram a cara de preto. Ok. Sou um tropa pronto para a guerra. A fantasia de tropa é das mais fáceis. Se bem que este ano houve duas que se destacaram (crise oblige): os médicos (olha toma lá uma bata branca, uma máscara e uma toca e tá limpo), ou (excelente ideia !!!!) o engenheiro das obras. Com o colete reflector (obrigatório para quem tem carro) e um qualquer capacete tens o Carnaval feito. E nem precisas de sair de casa mascarado para a festa. Levas um saquinho com o colete e o capacete e antes de chegares...siga. Tás pronto.

Depois também há palhaços, mas esses há durante todo o ano...